Com todo este tempo livre, devido uma viagem que minha esposa fez a nossa cidade natal, procurei um companheiro para dividir a melancolia e o silêncio, foi uma capa amarela na estante que me chamou atenção, uma obra de Gustaf Aulén “A Fé Cristã” de 1965, editado pela ASTE. Procurei ler seu capítulo sobre o conceito cristão de Deus, e o primeiro tema é a respeito à santidade, uma de suas linhas me saltou aos olhos, e desejo compartilhá-la:
“Importa que a palavra ‘santo’, quando usada em relação a Deus, mantenha sua significação religiosa original. É sabido que a noção de santo tem sido interpretada, não raro, com conotações éticas no esforço em identificá-la com a noção de perfeição moral. Não há negar que da idéia de santidade, quando se refere a Deus, ressalta fortemente também a idéia de perfeição moral. Mas quando a santidade é interpretada com essas conotações morais, o pecado passa a ser igualmente interpretado de maneira moralista, perdendo sua orientação religiosa”. (AULÉN, 1965, p. 108)
Tais palavras são importantíssimas de serem lembradas e consideradas, devido aos novos meios de comunicação e informações, vários cristãos compartilham suas experiências de vida, suas crenças e doutrinas denominacionais, e a bandeira da santidade ergue alto seu baluarte. A santidade não deve ser esquecida jamais, porque nEle somos santificados, porém quando alguém afirma viver numa condição de santidade porque não faz isso ou aquilo, ou por fazer algo, como disse Aulén ele traz consigo uma afirmação contraditória: o pecado é não fazer isso ou é fazer aquilo outro.
Embora exista um caminho proposto, uma conduta que possa ser boa para fazer o bem a todas as pessoas de bem e agir com uma justiça restaurativa aqueles que se desviam dos princípios éticos básicos. É esperado que nós cristãos o povo do Caminho, da Lei fundamentada no Amor tenhamos um procedimento exemplar em todas nossas relações interpessoais, familiares, sociais, econômicas e ecológicas. Mas jamais seremos santos quando resumirmos isso a uma dieta moral. O grande ato já foi celebrado num cortejo triunfal, resta-nos a humildade do ministério de serviço e não do “exibicionismo piedoso” se é que haja piedade no exibicionista.
“Fostes sepultados com ele no batismo, também com ele ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos. Vós estáveis mortos pelas vossas faltas e pela incircuncisão da vossa carne e lê vos vivificou juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as nossas faltas: apagou, em detrimento das ordens legais, o título de dívida que existia contra nós; e o suprimiu, pregando na cruz, na qual despojou os Principados e as autoridades, expondo-os em espetáculo em face do mundo, levando-os em cortejo triunfal”. (Colosssenses 2:12-15)
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